Tempo, Horário e a Arte de Governar a Própria Vida
Palestra dia 22-set-2025 Centro de Amor e Esperança
Tempo não é horário
O Vô começa nos lembrando: tempo não é horário. Horário é relógio, agenda, início e fim. É ferramenta neutra, sem energia — apenas indica se adiantou ou atrasou. Tempo é energia viva, é fluxo. Por isso, pensar “quanto demora” é a menor das questões; o essencial é como a sua energia atravessa o tempo.
Por que o tempo voa no que amamos — e arrasta no que nos pesa
Quando fazemos o que gostamos, a energia se alinha ao tempo e tudo passa “num sopro”. Quando fazemos o que nos desagrada, tiramos a vontade do coração e quebramos o fluxo; cada minuto vira peso. Conclusão do Vô: aquilo que não deixa o seu dia passar não deveria estar na sua lista. O que é chato pra você pode ser alegria de outro; então conversem e troquem: cada um faz o que ama e tudo flui.
Passado, presente e futuro (todos juntos agora)
O Vô relembra: vivemos passado, presente e futuro juntos, em camadas que se tocam no agora. Preso ao passado, você perde o instante; vivendo “para quando der”, você posterga a vida. Felizes segundos viram minutos felizes; minutos viram horas; horas viram dias; dias viram semanas. A matemática do coração é cumulativa.
Passado, Presente e Futuro: um só agora
Quando pensamos em tempo, logo dividimos em passado, presente e futuro. O Vô acolhe essa intuição — mas nos lembra com firmeza: essas divisões não existem como realidades separadas. Vivemos “os três juntos”, sobrepostos no agora. É por isso que ficar preso ao passado ou viver esperando o futuro nos arranca do único lugar onde a vida acontece: o instante presente.
O Vô simplifica: “O que é o futuro de vocês agora? É agora.” Um segundo atrás, aquilo que chamávamos de futuro já virou presente. Essa é a chave para deixar de adiar a própria vida: o que pode ser feito com verdade, comece agora. É no agora que escolhemos a direção, ajustamos a energia e criamos o próximo agora.
Ele também aponta a matemática do coração: segundos felizes viram minutos felizes; minutos viram horas; horas viram dias; dias viram semanas. Não é sobre alcançar um “grande futuro” distante, mas sobre somar instantes plenos. A felicidade não está em algum lugar adiante — é construída no ritmo da atenção que você oferece ao instante.
Quanto ao passado, o Vô é claro: ele só serve para aprender. Não para culpar, chicotear ou reencenar dores. O aprendizado que o passado oferece é combustível para escolhas melhores agora. E o futuro? Não é um lugar de ansiedade, mas um reflexo do que você faz com este instante. Ajuste sua atenção, coloque o coração no que importa, e o futuro se reorganiza a partir disso.
O tempo como força a seu favor
O tempo pode ser usado por você, ou usar você. Quando você coloca energia e vontade no que faz, o tempo coopera. Quando retira a sua vontade, o tempo se torna arrasto. O Vô é direto: use o tempo a seu favor — com a energia do coração.
Natureza
No sítio “o tempo passa diferente”. Por quê? Menos ruído, mais natureza, mais você. A energia do mato muda o seu pensamento e dá “destino” aos problemas — aqui, na cidade, eles ficam presos na cabeça. Banho de rio, pé na terra, céu escuro de verdade: o corpo lembra que faz parte da natureza. Segundo o Vô, se tomássemos banho de rio, respiração e pele agradeceriam. A lição: não é levar o chão com você, é levar o hábito de voltar ao chão.
Rotina, Atrasos e a Energia do Tempo
O Vô fala com carinho sobre algo que nos consome todos os dias: rotina e atrasos. No mundo dos horários, acreditamos que cada minuto perdido estraga o dia inteiro. Mas, segundo ele, é justamente o contrário: muitas vezes o atraso é um livramento.
Cinco minutos a mais para sair de casa podem nos tirar de um acidente, de uma discussão que iria pesar, até de um tropeço bobo que mudaria o humor do dia. Nada acontece por acaso: se atrasou, acolha, aprenda e siga. O erro é usar o chicote da culpa: “estraguei tudo porque não cumpri o horário”. O Vô é direto: não carregue culpas que não servem para nada. Peça desculpas se necessário, mas não se torture — a vida se reorganiza no agora.
Ele também mostra que atrasos podem até aliviar o peso do outro. Se alguém se atrasou e você também, de repente aquela pessoa sente menos culpa, menos solidão. O tempo tem formas misteriosas de equilibrar relações.
A rotina, segundo o Vô, precisa ser entendida como um espaço vivo, não como prisão. Há quem viva só para cumprir o “precisar”: horários, metas, compromissos. Isso engessa a vida e transforma o tempo em cobrança. O convite é inverter: faça da rotina um lugar onde o coração tem voz. Não é irresponsabilidade — há responsabilidades que precisam ser cumpridas — mas o segredo está no equilíbrio: nem só coração, nem só relógio.
Quando você se coloca sempre em último lugar na rotina, a energia do dia se perde. Quando começa pelo que é seu — um café tomado com calma, um exercício, uma prece, um pequeno cuidado — o tempo passa a fluir. Esse pequeno ritual diário muda a energia inteira.
O Vô nos ensina que rotina e atraso não são inimigos:
- Rotina deve ser moldada pelo coração, não pela cobrança.
- Atrasos podem ser proteção e até bênção, não apenas falha.
- Equilíbrio é lembrar: horário serve para sincronizar com os outros, não para chicotear a si mesmo
Governar a agenda (em vez de ser governado por ela)
Notificações, confirmações sem fim, “recombinar o combinado”: tudo isso gasta energia. Quem escolhe horários é você. “Depois o Vô vai falar de governo”: governar a própria agenda é escolher o que entra (e quando entra). Casa de vidro não vive correndo a cada pedrinha no vidro; você escolhe a hora de cuidar do que trincou.
Comunicação Clara Liberta Grupos
O Vô ensina que muitos dos desgastes no convívio acontecem porque as pessoas não se comunicam de forma verdadeira e simples. Fazem combinações que depois precisam ser confirmadas dez vezes, mudadas, canceladas, refeitas — e nisso gastam energia que poderia estar sendo usada para viver.
Ele mostra que a raiz disso é a falta de clareza: combinamos algo sem estar de fato no coração. E quando a vontade muda, ficamos com vergonha de dizer “não quero mais” ou “perdi a vontade”. Então seguimos, gastando energia para ir, energia para estar e energia para voltar de algo que nunca fez sentido. Voltamos cansados, esvaziados.
A saída é simples e libertadora: falar a verdade com amor e respeito. Dizer de forma limpa: “Não quero mais ir, não faz mais sentido para mim.” Isso não é desrespeito, é respeitar a si mesmo.
O Vô lembra: quando alguém tem coragem de ser verdadeiro, abre espaço para que todo o grupo também seja. O primeiro passo parece estranho, pode gerar resistência, mas depois todos se sentem mais leves. A sinceridade de um cria liberdade para todos.
Assim, um grupo em que cada um se sente à vontade para falar de coração vira um espaço de verdade. Não é rebeldia, nem desafio. É apenas alinhar a convivência com o que é real. E isso muda não só uma reunião ou um encontro, mas a história de toda comunidade que vive dessa forma.
A lição é clara: a comunicação do coração liberta, sustenta e dá leveza aos vínculos.
Priorizar-se não é desrespeitar — é respeitar a vida
O Vô é firme: depois de Deus, a pessoa mais importante é você. Não são seus pais, nem seus filhos — é você, para então poder ampará-los melhor. Se um convite compete com a vontade do coração (como ver um filme juntinho com quem você ama), a vontade do coração vem primeiro. Quando você escolhe o que te nutre, energia, relacionamento e amor aumentam; quando vai onde não quer, só aumenta o cansaço.
Um Dia Guiado pelo Coração
O Vô nos convida a experimentar algo simples e transformador: acordar um dia inteiro para fazer apenas as coisas de coração. Escolher um dia, pode ser no fim de semana, e viver sem colocar as vontades alheias ou os “precisar” à frente.
Nesse dia, não é o relógio que governa, mas o coração. Não se trata de irresponsabilidade, mas de lembrar que a vida não pode ser guiada apenas por obrigações. Quando o coração volta para frente das coisas, tudo muda: a energia aumenta, a alegria aparece, e o tempo se torna leve.
O Vô diz: quando seguimos para lugares ou compromissos que não queremos mais, mas temos vergonha de dizer “não”, gastamos energia três vezes — para ir, para estar lá e para voltar. Voltamos cansados, sem força. Já quando escolhemos fazer aquilo que queremos de verdade, a energia cresce, o relacionamento com quem está junto se fortalece, e até o amor aumenta.
Ele dá o exemplo prático: se um casal tem vontade de passar a tarde inteira juntos assistindo a um filme, mas já tinham se comprometido com outra coisa que não querem mais, o que tem valor é a vontade do coração, não a obrigação. O que nasce do coração é parte da missão, tem Deus junto.
O Vô reforça: experimentem um dia de coração. Vão entender na prática o que ele fala. Façam escolhas simples, honestas, guiadas pelo que dá vontade verdadeira. E comuniquem isso com amor e respeito: dizer “não quero mais” abre liberdade para todos.
Esse dia é um treino. É o coração voltando a governar a vida, para que, pouco a pouco, deixe de ser exceção e se torne o natural.
Como Lidar com Metas, Prazos e a Autocobrança
O Vô fala com clareza: o passado não serve para nada quando a gente usa ele como chicote. Ele só serve para aprender. Se você colocou uma meta, um prazo, e não cumpriu, não adianta se culpar, se irritar ou carregar peso. O que precisa é perguntar: “Por que não fiz? O que coloquei na frente de mim mesma?”
Segundo o Vô, a raiz do problema é que muitas vezes nos deixamos por último. O que é do coração, o que é para o nosso próprio bem, vai sendo empurrado para o fim do dia — e muitas vezes nem acontece. Por isso os prazos estouram, a meta não se cumpre, e sobra só a cobrança.
Ele mostra outro caminho: coloque você em primeiro lugar. Se quer se cuidar, se exercitar, se alimentar bem, se sentir melhor, não espere o fim do dia. Comece por você logo cedo. E não precisa ser grande ou complicado: faça pouco, mas faça todos os dias. Uma caminhada curta, um exercício rápido, um gesto simples de cuidado já muda a energia do dia.
O Vô compara com as árvores: elas crescem priorizando a si mesmas, não porque são egoístas, mas porque só assim podem oferecer sombra aos outros. Primeiro crescem, depois protegem. Assim também deve ser conosco: primeiro cuidamos de nós, depois temos força para ajudar.
As metas e prazos não precisam ser fardos. Eles podem ser lembranças do caminho, mas sem se tornarem correntes. O que sustenta o futuro não é a cobrança, mas a soma dos pequenos atos de coração feitos hoje.
Por isso, o Vô insiste: escolha uma coisa simples que você gosta e comece amanhã. Não espere a segunda-feira, o mês que vem, ou o “tempo certo”. Comece agora, com pouco, mas com verdade. É assim que se quebra o ciclo da autocobrança e se transforma meta em alegria.
Estar Bem Para Ajudar Melhor
O Vô lembra uma verdade que muitas vezes esquecemos: depois de Deus, a pessoa mais importante da sua vida é você mesmo. Não são os pais, nem os filhos, nem os amigos — é você. Porque se você não estiver bem, não consegue oferecer o melhor a ninguém.
Ele explica: quando você se coloca em primeiro lugar, cuida da sua energia, da sua vontade, do que o coração pede, então o que sai da sua boca e do seu coração é amor, força e palavra boa. Mas se você se esgota, vai oferecer apenas cansaço, peso e irritação.
Por isso, priorizar-se não é egoísmo: é a forma mais verdadeira de estar disponível para os outros. Quem está cheio de energia, de amor e de paz, naturalmente transborda e sustenta quem precisa. É assim que ajudamos de verdade.
O Vô dá exemplos simples: se você escolhe ficar com quem ama, descansando, assistindo a um filme de coração, a energia aumenta, o relacionamento se fortalece, o amor cresce. Mas se vai para o lugar que não queria, volta sem energia, sem alegria, com nada de bom a oferecer.
A lição é direta: a vontade do coração tem que vir primeiro. É ela que carrega a missão, é nela que Deus está presente. E quando você se respeita, se prioriza e se cuida, não apenas fica melhor, mas também ajuda melhor quem está ao seu redor.
Rituais simples que mudam o dia
O Vô desromantiza: simples é poderoso. Tomar seu café com calma pode valer mais que sair correndo “por respeito ao horário”. Avise: “Vou atrasar uns minutos, tudo bem?” e conserve o seu pequeno ritual de cuidado. Pode ser cantar uma música, escrever, desenhar, alongar, caminhar no quarteirão, arrumar-se com capricho. Crie uma regra pessoal: “Não começo meu dia sem fazer ‘a minha coisa’.” É curto? Tudo bem. O importante é começar — agora.